sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Goela abaixo


O promotor chega para mais um dia de trabalho.


Liga o computador, olha para a pilha de processos, aquele inquérito civil enorme sobre corrupção, que está esperando a ação de improbidade. Beleza, pensa ele, agora tiro um tempinho pra fazer a petição inicial.

Primeiro erro do dia: abre a caixa de e-mails. 

Lá, no meio de todos aqueles, piscando, vermelho. Remente: corregedoria. Assunto: alguma coisa a ver com o CNMP.

Abro ou não abro? Momentos de aflição. Olha para o inquérito da corrupção. Bom, vamos lá, primeiro a corregedoria, o dever em primeiro lugar. 

Por ordem do CNMP, todos os promotores terão que fazer vistorias rotineiras nos abrigos, nos presídios, nas casas de internação de idosos, nos centros de reabilitação de drogados, nos hospitais, preenchendo relatórios. Planilhas para o pessoal de Brasília ler.

Pessoal de Brasília? Quem? 

Alguém... deve ser importante, mais importante do que punir uma corrupção. Vamos lá. Primeiro no abrigo ou no presídio?