Daquele que não multa, que "orienta".
Daquele que vem, olha, constata a irregularidade, a infração de trânsito, a perturbação do sossego e passa a mão na cabeça.
Aquele que desloca uma viatura, dois policiais, chega de mansinho, pede desculpas, com licença, seu moço, o senhor poderia tirar o carro de cima da calçada?
Gosta mesmo é daquele que te para na rodovia, pergunta se está com pressa e mostra o marcador do radar, com 120km/h e diz que desta vez passa, mas da próxima será obrigado a multar.
Esse é o policial preferido do brasileiro. O que não é policial. Que é condescendente.
Porque o brasileiro não quer saber se a multa previne a sua conduta e a de muitos outros. Quando multado, chega no trabalho e conta o feito da manhã: naquela rodovia não dá mais para correr, porque tão multando. Já o afagado, aquele que só teve que parar o carro, chega no trabalho dando risada. Se ele me pegasse um minuto antes - fala pros colegas - marcava 150km/h. Tenho o pé pesado...
Chega na frente da loja e, sem poder andar quinze metros, mete o carro em cima da calçada, como se tudo estivesse muito legal, muito correto. E, ai do policial que chegar para multar: seu guarda, já estou saindo, foi só um minutinho... Você sabe com quem está falando? Por que não vai prender bandido?
Parabéns brasileiro!
(Quantos guardas de trânsito precisaria haver numa cidade se trabalhassem como o de baixo? E se simplesmente fossem aplicadas as multas?)
(Quantos guardas de trânsito precisaria haver numa cidade se trabalhassem como o de baixo? E se simplesmente fossem aplicadas as multas?)