Matéria básica em todos os jornais e telejornais do país:
"Um acidente de trânsito gerou engarrafamento de cinco quilômetros em Florianópolis. O motociclista João da Silva atingiu a porta de um automóvel que se abria para a saída de seu passageiro. João morreu na hora. A polícia informa que a causa do acidente foi a imprudência".
Grifei imprudência, viram?
Não, não vou explicar o sentido jurídico de imprudência.
A correção aqui é que a causa do acidente pode ter sido sim a imprudência. Mas isso é muito genérico, muito amplo, senhores jornalistas! Imprudência pode ser olhar para o lado e pode ser estar com os pneus carecas. Pode ser andar na contramão. Pode ser empinar a moto. Pode ser tudo. É muito amplo.
Minha sugestão é que, ao invés de falarem imprudência, falem a real causa de 90% dos acidentes: o excesso de velocidade.
Se o motociclista estivesse olhando para o lado, mas a 40km/h, não morreria. Se estivesse com pneus carecas, mas na velocidade da pista, adivinhem: não morreria. Tente imaginar a estrada que você anda todos os dias: se você andar na velocidade da pista, é possível morrer num acidente? Se uma vaca atravessar na sua frente? Se um carro invadir a preferencial? Se o seu pneu estourar num buraco? Alguém vai morrer se estiverem na velocidade correta?
Então, por favor, quando divulgarem - como fazem todos os dias - acidentes de trânsito, não errem mais: a causa é em até 90% das vezes o excesso de velocidade!