sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Sonífero Tribunal de Justiça

Desconfio que o motivo de tamanha morosidade no STF tenha uma causa simples: o sono dos ministros.


Tentei assistir uma sessão há alguns dias. Morri de sono. Mesmo tendo acabado de tomar um café (e olha que sou fraco para café), o senhor do sono se apoderou das minhas pálpebras, com um peso enorme. Subiram uns três quilos de areia nos olhos e foi difícil mantê-los abertos. A boca, coitada, quase esgaçou de tanto bocejar. Foi duro.


Convenhamos, não é possível que os ministros fiquem lendo seus votos por horas a fio! Por que ler votos? Não são eles notórios sabedores do direito? Não são eles dotados de inteligência invulgar? Não são? Será que não conseguem, com todo esse espetáculo entre as orelhas, simplesmente resumir verbalmente o voto? 

Ora, se o voto fosse para ser lido, não precisariam sonolentas sessões públicas. O processo vinha para cada ministro e ali, no conforto do gabinete, de calça jeans e camisa polo (para não perder a compostura, Excelência), redigia seu voto, imprimia, assinava com caneta tinteiro, passava o mataborrão e... pronto, mandava para o próximo ministro. 

O próximo, por sua vez, poderia fazer uma leitura mais dinâmica, dizer se só concordava e, por fim, redigir o seu voto. No final, o presidente, também por escrito, diria: Onze a Zero! Para garantir a publicidade, bota tudo na internet.

Voto, ao vivo, falado, exige um pouco mais. Exige ter lido antes o processo. Exige conhecimento da causa. Talvez por isso não se faça mais assim. Mas, claro, deve ter alguns ministros que querem "um voto condutor para chamar de meu". Isso já são outros quinhentos, e essa conversa está me deixando com sono...