Coragem move o espírito do bom promotor. Seja na investigação, seja no desafio de poderes constituídos ou não, como o poder econômico.
Coragem como firmeza de espírito, para enfrentar os desafios de uma profissão que beneficia difusamente, mas sanciona individualmente.
Coragem como determinação incansável, para fazer cumprir a lei onde não querem que seja cumprida. Para ignorar críticas serenamente e arrostar aqueles que pensam que lei é jeitinho, é um drible, é pra cumprir depois de amanhã, hoje não; que lei é só para os outros.
Coragem como ousadia, de pensar no que não foi pensado, de inovar onde todos temem, de agir quando vozes fracas dizem não valer a pena, quando dizem: deixa disso, você vai se incomodar.
Coragem como denodo, como firmeza moral, que não se deixa abalar por falsos sorrisos, falsas amizades, pelos encantos dos argumentos que apontam saídas dóceis e fáceis: o conforto de um arquivamento, que permite deitar a cabeça aliviado não por ter resolvido um problema, mas por ter resolvido o seu problema.
Coragem como a etimologia manda. Cor, coeur, coração, sangue pulsando nas veias, latejando nas têmporas, tornando viva a alma quando o resultado chega. Coração valente, coração que sente, que pondera sempre, mas que jamais se acovarda e que salta aos pulos em defesa simplesmente da Justiça.
Este é o promotor de Justiça!