Paro às vezes para pensar em quem inventou as placas de trânsito que vemos por aí. Algumas não dizem nada ou, quando dizem, a informação é completamente inútil. Isso quando não estão escondidas pelo mato na beira da estrada.
O que faz, por exemplo, o caminhoneiro dirigindo um bi-trem de 60 toneladas que se depara na entrada de uma ponte com a placa que proíbe passar mais de 45 toneladas? Dá a ré, com cuidado, e volta por outro percurso? Descarrega um pouco da carga e passa 30 toneladas de cada vez?
Outra que me impressiona é aquela: “Excesso de peso danifica a rodovia, denuncie”. Muito bem. Estou no meu carro, dirigindo e vejo um caminhão. Claro, logo percebo que ele está acima do peso, com 50 e não 40 toneladas, por exemplo. A gordura lateral, o rosto gordo, a dificuldade em se mexer, tudo isso deixa bastante claro que o caminhão está pesado demais... agora é só ligar agora para a Polícia Rodoviária.
Em Florianópolis alguns dos semáforos têm duas placas. Uma permitindo virar à direita e outra permitindo ir reto e virar à esquerda. Quer dizer, só não é permitido dar a ré no meio da avenida, o resto é permitido. Aliás, se a regra é que tudo é permitido salvo quando for proibido, porque simplesmente não acabar com aquelas placas?
Tem também a placa da mentira, que todos conhecem: “fiscalização por radar”. Todo mundo andando a cem por hora na estrada e a placa jura pra mim que estão sendo multados por excesso de velocidade. Será que alguém acredita naquela placa?
Agora, coisa interessante são os outdoors na rodovia. O Brasil já tem milhares de mortos todos os anos por acidente de trânsito. Muitos causados por falta de atenção. E ainda permitem a instalação de outdoors brilhantes, coloridos, com mulheres bonitas, comida apetitosa, tudo para chamar nossa atenção. Teve uma época que chegaram a colocar placares eletrônicos, que se movimentavam, na avenida Beira-Mar. Ah, isso sem falar nos outdoors com nota de rodapé. Isso mesmo, outdoor que diz “Peugeot por R$ 52.990,00*”. No rodapé, seguindo o asterisco, o sujeito que parar o carro, descer e se aproximar vai poder ler: “Pintura e frete não inclusos”.
Tudo bem. As placas que são burras, coitadas; elas é que sofrem com a burrice alheia...