segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Copa antidemocrática


Aliás, falando em referendo, em participação popular, a pergunta que não quer calar é: por que, em plena era da informática, ainda não somos consultados com mais frequência sobre assuntos de governo?

Hoje é relativamente fácil organizar um plebiscito ou um referendo. As urnas são todas eletrônicas, os tribunais eleitorais estão cheios de funcionários bem pagos que ficam mais ou menos ociosos durante o interlúdio das eleições, isso sem falar na possibilidade de votar pela internet, que logo logo será realidade.

Falo isso pensando na Copa do Mundo, mas diversos outros assuntos poderiam ser discutidos. Ficha limpa, política de drogas, aborto, duração de mandatos, unificação das datas das eleições, construção de ferrovias e aplicação do orçamento, dentre outras.

Lembro que a população do Japão e dos EUA (Chicago) foi consultada sobre a ida da Copa para lá. Não se empolgaram muito. No Japão, acharam que o gasto seria demais perto do benefício que traria. Claro, com Copas tendo que ser shows de tecnologia de última geração, e não apenas futebol, fica tudo muito caro. Ainda mais para um país como o Brasil...

Tenho realmente curiosidade. Será que, diante de uma discussão boa, com prós e contras exibidos na TV e nos jornais por um mês, digamos, aceitaríamos a Copa do Mundo no Brasil?

Eu não.