terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Tudo novo de novo


Adoro tecnologia e tudo o que está relacionado a ela. Google, Internet, computadores, GPS, celulares. Gosto muito de tudo isso.

Mas odeio o consumismo.

Isso me coloca num grande paradoxo. Muito da tecnologia só é inventada para criar necessidades que jamais tínhamos. Puro consumismo. Ninguém precisava de celular até ser inventado, lembram? Mas, claro, claro; não discuto, depois que inventaram é que percebemos a importância desse bichinho fabuloso que hoje até tem Internet e filma vídeos em alta qualidade.

Mas acho que tem que ter um ponto de equilíbrio. Eu (acho que) jamais ficaria numa fila em um shopping center para aguardar à meia-noite o lançamento de um produto eletrônico, como aconteceu na semana passada com o iPad em Florianópolis. Eu acho... talvez um dia eu faça isso! Mas, convenhamos, um amontoado de gente querendo comprar um aparelho que, no máximo, é um mini-notebook mais leve. Sinceramente, isso não é pra mim.

Gosto sim, acho lindos aquela tela e aquele design. Mas, cá entre nós, precisamos mesmo de um iPad? Quem tem um notebook já não tem tudo (e um pouco mais)? Até pensei em comprar, quando um parente que mora nos EUA se ofereceu para trazer no Natal. Mas refleti: o que vou fazer do meu notebook? Pra que um iPad se tudo o que ele faz o meu notebook faz, e melhor? E um iPhone, quem sabe?, perguntou ele. Também não. O meu Nokia tá funcionando razoavelmente bem...

Tá bom, talvez seja sintoma da velhice chegando. Sei lá. Podem me criticar à vontade. A tecnologia realmente é fantástica e tomara que evolua sempre nessa velocidade (ou até mais rapidamente). Mas entre a necessidade da tecnologia e o consumismo a linha é tênue, quase invisível, e cair nessa onda de consumismo fetichista é mais uma grande cilada disso que vêm chamando de pós-modernidade. Tudo é sempre novo, de novo, como naquela música do Paulinho Moska. Vamos acordar, hoje tem um sol diferente no céu.