Tenho a impressão de que tem gente por aí que acha que campanha política é gincana.
Lembram aquelas competições de absurdos promovidas pelas escolas? Eram, sim, educativas, criativas, envolventes. Quem conseguisse encontrar mais pessoas com idade superior a cem anos ganhava mais pontos. Depois tinha que fotografar o maior número de placas de carros terminadas em zero-zero. E aquele que arrecadasse mais rolos de papel higiênico recebia também a pontuação.
Pois as campanhas estão cada vez mais se aproximando de gincanas. Mas só no imaginário dos candidatos. Quem conseguir mais carros de som na rua ganha mais pontos; quem conseguir colocar mais cavaletes nas calçadas, ganha mais pontos; quem conseguir instalar mais adesivos, mais placas, quem conseguir pendurar mais bandeiras, pensam eles, ganha mais pontos (leia-se: votos).
Será mesmo?! Desconfio que isso seja puro marketing sobre o trabalho dos marqueteiros. Assim: o marqueteiro não ganharia dinheiro se não fosse o marketing; para promover o próprio marketing, ou seja, para convencer os candidatos de que o marketing é importante, criaram a ideia de que quanto mais cavaletes, carros de som, bandeiras, jingles, adesivos, placas, etc., mais fácil ganhar a eleição. Logo, quando mais trabalho derem (e pagarem) aos marqueteiros, mais pontos (votos) ganhariam nesta eleição.
Mas duvido da eficiência disso tudo. Nem mesmo quem tenha baixíssimo nível cultural ou intelectual cai nessa. Será que só porque o sujeito tem mais bandeiras circulando na avenida é que meu voto vai pra ele? Duvido!
Minha proposta (ei, não sou político não!) para as próximas eleições: fim do marketing. Doravante, só o candidato na tela, com um fundo neutro, apresentando com a sua própria voz as propostas. Nada mais.