quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Se Drummond fosse promotor...

Lutar contra as injustiças é a luta mais vã.
Entanto lutamos mal rompe a manhã.

Ah, se Drummond fosse promotor, não teria sido imortalizado. Morto, já seria esquecido. A verdade, nua e crua, é que os imortalizadores, os políticos, os governadores, não teriam apreciado muito seu trabalho; você teria sido a pedra do meio do caminho e, como você sabe, velho amigo, no meio do caminho tinha uma pedra.

Como era bom em tudo o que fazia, o Drummond promotor não seria só bom de letra; bom de argumentação, bom de estudo, bom de técnica jurídica, teria obtido condenações para bandidos de todos os naipes, inclusive os de colarinho branco ou de topete erguido.

Mas, se fosse promotor, Drummond não receberia estátua na praça, nem menções honrosas. Não passaria pela Câmara o projeto para agraciá-lo com medalhinhas e tapinhas nas costas. Como bom promotor, Drummond teria fiscalizado a Câmara e, como todos sabem - mas poucos querem ver - teria pego muita coisa graúda.

Drummond, Drummond, desculpe a pobreza da redação, mas se você tivesse sido um promotor, no meio do teu caminho teria muitas e graúdas pedras.