sábado, 30 de junho de 2012

Na cidade perfeita


Na cidade perfeita, caminhar pelas ruas é um prazer. Motos não costuram o trânsito, não têm escapamento aberto. As calçadas são bem construídas, as faixas de pedestres respeitadas. Em dia de sol tem árvore pra proteger. Dá pra conversar com os amigos na rua; os carros de som não existem lá.


Na cidade perfeita, dá pra ir a pé para o trabalho e para a escola. Dá também pra ir de bicicleta, porque todos se respeitam. O pedestre, o ciclista e o motorista, ninguém se acha dono da rua e ninguém pensa que a sua pressa é mais importante que a pressa dos outros. 

Na cidade perfeita, andar de bicicleta é legal; não é coisa de maluco.

Na cidade perfeita não tem favela. Quem quiser construir pergunta antes como, onde e como fazer, pra seguir as regras da cidade. Se não tem dinheiro pra morar, ganha ajuda por alguns meses e depois aluga a sua. Na cidade perfeita, não tem malandragem.

Na cidade perfeita a escola é um sonho. Melhor que shopping center, melhor que passear no parque. Na cidade perfeita, o professor ganha tão bem que todas as crianças querem ser professor. Só os que estudarem mais vão conseguir. Na cidade perfeita, professor é o cara.

Na cidade perfeita, todo bairro tem parque. Parque bonito, com brinquedos, árvores e sem nenhuma bituca de cigarro no gramado, pra gente poder sentar e brincar na grama. Não tem bêbado incomodando, nem mal educado pra jogar lixo no chão.

Na cidade perfeita o hospital dá orgulho. Todos atendem bem os pacientes e ninguém fica muito tempo esperando. Médico não cobra os olhos da cara por uma consulta de 15 minutos.

Nesta cidade, todos trabalharam duro para deixá-la perfeita. Cada um fez o seu trabalho, sem jeitinho, sem malandragem, sem faz de conta. A cidade perfeita é a cidade em que cada um se sente cidadão.